Há dias que precisamos de arrumar ideias, pensamentos. Há dias de arrumar gavetas. De pensar, idealizar, de fazer contas à vida.
Há dias em que é preferível não abrir o jornal, não ler, não pensar. Deixar tudo como está. Atirar tudo pelo ar e não pensar nos arrumos.
Há dias em que mais vale ficarmos calados, fechados numa concha, sem deixar ninguém espreitar.
Há dias em que nos arrastamos pela vida a tentar dar-lhe um rumo.
Há dias, como poderia haver noites. O relógio não pára e o tempo não se compadece. Estamos aqui mas não estamos. Pensamos mas não somos nós. Existimos mas não vivemos. Falamos mas não comunicamos. E a comunicação é, afinal, o princípio de tudo. A base.
E sem bases que somos nós?
Sombras do que pretendemos ser?
E os sonhos?
E os projectos?
Na gaveta.
E a chave, onde está? Sabem?
Eu perdi a minha...
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