... que não é a minha, nem a tua, mas a de alguém. Alguém triste e só, que sofre como só quem ama sabe sofrer. Que derrama lágrimas de sal, que correm num leito de pele outrora tão belo, tão singelo que apetecia beijar...
Alguém que não sou eu, nem tu, mas conheces também. Alguém a quem a vida mostrou que a dor não tem cor, não tem sexo, nem idade. Não tem sorriso, porque esse há já muito que se perdeu; numa curva mal calculada, numa carta lentamente rasgada, num mundo meu e teu e de mais ninguém.
Alguém que não sabe escrever a dor, que não sabe pintar o amor, mas vive uma existência intensa e fugaz, que se vai dissipando a cada passo que dá, a cada dia que passa... porque é solitária. Porque não compreende, não conversa, não discute e não beija. Porque não sabe quem é e não concebe o seu ser sem amor, sem um gesto, um carinho, um abraço...
Porque é poema e verso, amor controverso, paixão do seu ser. É amizade, é carinho, é sol, é caminho que não sabe percorrer.
Não sou eu, nem tu, mas alguém que conheces também... sem conheceres a sua dor e sem olhares mais além.
Parabéns avó! Com o amor, amizade e carinho que mereces. Quem sabe tu também conheces...
Beijinho grande
M.