Toxicidades e Conspirações
O Mundo conspira contra o povo.
À primeira vista, esta pode parecer uma frase reaccionária, mas não o é. É apenas um retrato da realidade. Esta realidade em que vivemos (ou sobrevivemos, depende do ponto de vista).
Num Mundo ideal, e utopicamente falando, seríamos todos iguais.
O tempo verbal está correcto, para mal dos nossos pecados. Senão vejamos:
- Hoje é oficialmente o dia em que começamos a trabalhar para nós. Confusos? Eu explico. Pasma, assisti a uma reportagem num qualquer canal generalista português (na certeza porém de que foi um dos quatro principais, aqueles que todos nós temos acesso) em que o jornalista afirmava que hoje e apenas hoje o nosso salário começa a entrar nos nossos pobres bolsos. Até hoje limitámo-nos a ganhar para pagar impostos e quejandos.
- Hoje passam 13 dias do desaparecimento da pequena Maddie. E uns quantos mais anos, meses e dias do desaparecimento de tantas outras crianças.
- Hoje a Julia Pinheiro debruçou-se sobre três casos de desaparecimento que até hoje não foram resolvidos. Crianças que hoje são (ou não) adultos.
- Hoje, e olhando à volta, constatamos que o sol quando nasce NÃO é para todos. Que apesar de pagarmos impostos, lutarmos diariamente por uma vida mais digna, há sempre um palhaço(a) que diz a uma mãe que 'a roupa? a roupa roubaram!', ao que outro(a) solícito(a) responde logo 'a roupa roeu o rato!'. Por favor! Falamos de uma mãe desesperada, de uma mãe que não sabe do filho. De uma mãe a quem disseram que o filho morreu à fome na casa onde viviam anteriormente, de uma mãe a quem não foram apresentadas provas concretas da alegada morte do filho. E a sensibilidade? Nada? Zero?
- Hoje muitas crianças desapareceram no mundo. Mas fala-se de uma. Felizmente os pais têm dinheiro, felizmente os pais são pessoas dotadas de instrução, felizmente os pais conseguiram sensibilizar meio mundo, felizmente os pais são britânicos.
- Hoje, e à medida em que os dias passam, há uma revolta que vai crescendo, de mansinho. Não porque procuram a Maddie e se preocupam com ela, mas porque não procuram tantas outras crianças que desaparecem todos os dias. Ou melhor... procuram, mas não com tanta dedicação, não com tanta paixão.
- Hoje está um dia lindo, mas chove nos corações de tantas mães, tantas que dói só de pensar. Mas se há dois pesos e duas medidas. Se estas crianças não representam o desenvolvimento económico do Algarve e de Portugal em geral. Se não dedicam o mesmo fervor às buscas destes filhos de Portugal. Ao menos por favor (POR FAVOR!) não diminuam a dor destas famílias, não gozem com este povo que é, no fundo, o alicerce de todos nós...
À primeira vista, esta pode parecer uma frase reaccionária, mas não o é. É apenas um retrato da realidade. Esta realidade em que vivemos (ou sobrevivemos, depende do ponto de vista).
Num Mundo ideal, e utopicamente falando, seríamos todos iguais.
O tempo verbal está correcto, para mal dos nossos pecados. Senão vejamos:
- Hoje é oficialmente o dia em que começamos a trabalhar para nós. Confusos? Eu explico. Pasma, assisti a uma reportagem num qualquer canal generalista português (na certeza porém de que foi um dos quatro principais, aqueles que todos nós temos acesso) em que o jornalista afirmava que hoje e apenas hoje o nosso salário começa a entrar nos nossos pobres bolsos. Até hoje limitámo-nos a ganhar para pagar impostos e quejandos.
- Hoje passam 13 dias do desaparecimento da pequena Maddie. E uns quantos mais anos, meses e dias do desaparecimento de tantas outras crianças.
- Hoje a Julia Pinheiro debruçou-se sobre três casos de desaparecimento que até hoje não foram resolvidos. Crianças que hoje são (ou não) adultos.
- Hoje, e olhando à volta, constatamos que o sol quando nasce NÃO é para todos. Que apesar de pagarmos impostos, lutarmos diariamente por uma vida mais digna, há sempre um palhaço(a) que diz a uma mãe que 'a roupa? a roupa roubaram!', ao que outro(a) solícito(a) responde logo 'a roupa roeu o rato!'. Por favor! Falamos de uma mãe desesperada, de uma mãe que não sabe do filho. De uma mãe a quem disseram que o filho morreu à fome na casa onde viviam anteriormente, de uma mãe a quem não foram apresentadas provas concretas da alegada morte do filho. E a sensibilidade? Nada? Zero?
- Hoje muitas crianças desapareceram no mundo. Mas fala-se de uma. Felizmente os pais têm dinheiro, felizmente os pais são pessoas dotadas de instrução, felizmente os pais conseguiram sensibilizar meio mundo, felizmente os pais são britânicos.
- Hoje, e à medida em que os dias passam, há uma revolta que vai crescendo, de mansinho. Não porque procuram a Maddie e se preocupam com ela, mas porque não procuram tantas outras crianças que desaparecem todos os dias. Ou melhor... procuram, mas não com tanta dedicação, não com tanta paixão.
- Hoje está um dia lindo, mas chove nos corações de tantas mães, tantas que dói só de pensar. Mas se há dois pesos e duas medidas. Se estas crianças não representam o desenvolvimento económico do Algarve e de Portugal em geral. Se não dedicam o mesmo fervor às buscas destes filhos de Portugal. Ao menos por favor (POR FAVOR!) não diminuam a dor destas famílias, não gozem com este povo que é, no fundo, o alicerce de todos nós...
(to be continued... or maybe not!)
Etiquetas: desaparecimento, dor, revolta
2 Comments:
Pois pois... essa é q é essa...
(e favor continuar)
Pois, por isso é q, qd criticam a comunicação social, mtos, se esquecem q se n fosse ela, o caso Madeleine já tinha morrido há mto tempo. Um pau de dois bicos, bem sei, mas, se o meu filho tivesse desaparecido, eu preferia correr o risco da notícia abrir 15 dias o noticiário e isso interferir com as investigações... é q a pressão mediática faz milagres.
bj*
Enviar um comentário
<< Home