Viagem no tempo
Estou num não-dia. Não, eu não me enganei... não queria dizer dia-não; mas sim não-dia. Um dia que nunca existiu, mas que sonho ter vivido. Decidi tudo na minha vida de modo diferente. Não falo de afectos, mas de estudos. Não tirei aquele curso que ninguém conhece, e que tenho de explicar até à exaustão... e que ensombra os meus dias.
Não fora pelos amigos que fiz naqueles cinco anos, momentos mágicos que nunca voltarão, diria mesmo que fiz a pior opção da minha vida... Raio de ideia! Raio de curso que me fecha as portas, ao invés de as abrir. E não há sequer uma janela entreaberta.
Queria que este não-dia tivesse sido real, queria ter escolhido um curso diferente, que me permitisse ajudar realmente as pessoas, que pudesse transformar uma sombra num sorriso, um medo gelado num conforto palpável... Uma vida com um maior sentido, com a possibilidade de partilhar a minha maior obra com alguém que lhe desse o valor merecido, com alguém que pudesse sentir o calor do seu olhar e a meiguice dos seus gestos.
Mas não foi esse o caminho que escolhi e só tenho o consolo dos amigos que fiz, mas dos quais vou perdendo o rasto a pouco e pouco ou, pelo menos, o sentido das palavras que lhes dirijo e que cada vez significam menos na lufa-lufa dos nossos dias.
Quem me dera que fosse um não-dia...
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